"De todos os animais da Criação, o homem é o único que bebe sem ter sede, come sem ter fome e fala sem ter nada que dizer."
John Steinbeck
Somos uma espécie curiosa.
A força criadora que congeminou a nossa existência terá, inevitavelmente, que ser entendida de uma de duas formas: como um capricho prodigioso de artista incompreendido ou como erro monumental que corrompe toda a obra final. De outra forma não faz sentido a nossa presença neste lugar perfeito, onde o único elemento que não alcança a perfeição somos nós. O capricho da criação emerge como explicação plausível para a nossa existência pois nenhuma obra-prima deve ficar sem ser vista . E entendida. Somos espectadores inquietos e curiosos da perfeição materializada neste planeta mágico. Numa perspectiva alternativa, o capricho pode também ser entendido como perversa criação para regozijo universal sobre esta bizarra criatura que é o homem. Eu creio que a segunda opção apresentada para justificar a nossa presença neste planeta é a mais válida. Um erro. Um erro colossal que serve apenas para provar que nada é perfeito. Somos a prova viva dessa tese.
A citação de John Steinbeck sintetiza de forma brilhante o absurdo da nossa existência. Uma criatura insaciável que devora grotescamente a harmonia e a perfeição. Nada nos satisfaz. A derradeira vítima da nossa voracidade é o silêncio. Preenchemo-lo de forma inútil e violenta. Violamos o silêncio impunemente. Não conseguimos compreender que nele se concentra toda a sabedoria.
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